Shot Fair Brasil 2022 homenageia público feminino com embaixadora Aline Kanyo e terá cursos, workshops e atrações especiais elas
Seja por hobby ou em busca de mais segurança, o público feminino conquista cada vez mais espaço e representatividade nas atividades voltadas à prática do tiro. Nos clubes de tiro e academias especializadas em técnicas de defesa pessoal, a oferta de cursos e treinamentos acompanha o crescimento do número de alunas.
“Desde 2019, quando iniciamos nossa atividade, já formamos mais de 200 mulheres. Cada turma tem de 12 a 14 alunas, sendo que a maioria nunca teve contato com arma de fogo”, conta a instrutora de armamento e tiro, Beatriz Villas Boas.
Há 16 anos atuando como agente de Polícia Civil e como instrutora de tiro da Escola Superior de Polícia do Distrito Federal (DF), em 2018, Villas Boas começou a ministrar cursos de autodefesa e, logo, criou um específico para o público feminino.
Segundo ela, grande parte das alunas que buscam treinamento não possui armas de fogo, tampouco passou por situações de violência. Mas, ainda assim, mostram-se cada vez mais motivadas a estarem preparadas para se defender.
“A segurança da mulher parte da premissa de prevenir. Muitas pessoas acreditavam que ao buscar o conhecimento sobre técnicas de autodefesa e de tiro, estariam atraindo o perigo. Mas é o contrário: quando você busca informação, cria os hábitos de prevenção”, destaca.
E ela completa: “O sucesso da autodefesa mora na prevenção. Não incentivamos a mulher a combater, mas a evitar o combate. No entanto, quando isso não é possível, ela estará minimamente preparada para enfrentar a situação de perigo”.
Mulheres no comando
Além de mais presentes nas salas de aula, as mulheres vêm alcançando posição de destaque nos clubes de tiro, não apenas como alunas mas, também, como instrutoras.
De acordo com Policial Militar e instrutora de armamento e tiro Juliana Lopes, os principais fatores que motivam a mulher a aprender o tiro são a curiosidade, o desejo de quebrar paradigmas. Há, também, as que foram vítimas de violência, que tentam lidar com seus medos e procuram aprender a usar a arma como um instrumento de defesa.
E mesmo em um cenário predominantemente dominado pelos homens, o público feminino está mostrando o seu valor e conquistando o seu espaço.
“Quando as mulheres passaram a ombrear o tiro com os homens, as coisas começaram a mudar. E, hoje, elas estão se sobressaindo no mundo do tiro pela sensibilidade, mas não por fragilidade. Somos fortes e aguerridas”, ressalta Lopes.
A projeção da mulher no mundo do tiro tem a chancela da atleta, colecionadora de armas, instrutora de armamento e tiro, Aline Kanyo, reconhecida como ícone feminino do segmento.
Por sua representatividade e valor do seu trabalho, Aline Kanyo é a embaixadora da SHOT FAIR BRASIL 2022.
Para ela, a presença da mulher na prática do tiro, seja no âmbito do esporte, como hobby ou como ferramenta de autodefesa, ainda é tímida, mas vem conquistando espaço e ganhando seguidoras que se destacam tecnicamente e com a quebra de paradigmas.
“Eu nunca passei por nenhum tipo de preconceito no estande, mas sei de diversos relatos que isso acontece, considero isso no mundo atual lamentável. Quando eu comecei não tinham mulheres no Brasil falando especificamente sobre armas nas redes sociais. Mas já vemos mulheres falando da autodefesa, praticando o esporte, treinando e se destacando nas modalidades. No tiro mais de 65% é concentração e repetição de processos e nós mulheres somos boas nisso”, relata a embaixadora.
Mulheres na Shot Fair
Atenta ao crescimento e à representatividade da mulher na prática do tiro, a Shot Fair 2022 terá diversas atrações voltadas ao público feminino.
O evento, que acontecerá de 3 a 6 de agosto, no Centro de Convenções e Exposições da Expoville, em Joinville (SC), terá em sua programação, palestras, clínicas e workshops com atuais e instigantes, conduzidos por feras reconhecidas nacionalmente.
Na quinta-feira (4/8), as mulheres estarão e evidência nos workshops “A importância da mulher armada”, com Samira Souto e “Autodefesa feminina”, com Beatriz Villas Boas que também apresentará a clínica “DeFEMda-se”, junto com Igor Pakato.
Já na sexta-feira (5/8), acontece a palestra “A mulher protagonista na segurança”, com Fabiana Trentin, e o workshop “Gigante pela própria natureza: A importância da expansão e do aprofundamento das instruções de tiro no Brasil”, com Juliana Lopes, a “Sra. Lopes”.
E no dia de encerramento da Shot Fair Brasil 2022, sábado (6/8), as mulheres serão as protagonistas da “Mesa Redonda Feminina” que terá como mediadora a atleta e Embaixadora do evento, Aline Kanyo, e a participação de convidadas ilustres para debater “A presença da mulher no mundo das armas”.
A programação completa a Shot Fair Brasil 2022 está disponível no site do evento, www.shotfairbrasil.com.br, onde também podem ser adquiridos os ingressos para a feira.